Criminalidade

'Achei que ele ia me matar', conta dono de carro roubado e usado em assalto a ônibus

Naiôn Curcino

Foto: Brigada Militar (Divulgação)
Fiat Palio foi abandonado pouco tempo depois e não muito longe do local do assalto

Passado pouco mais de um dia em que teve seu carro roubado para ser utilizado em um assalto a um ônibus, os momentos de tensão que viveu ainda estão na memória do motorista de aplicativo de 39 anos. O Fiat Palio que ele dirige diariamente para sustentar a família foi recuperado logo após quatro criminosos terem roubado dinheiro e pertences de 16 comerciantes que partiam rumo a São Paulo, por volta da 1h de segunda, no trevo de Santuário, em Restinga Sêca. 

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Na tarde de segunda-feira, o motorista refez o trajeto que percorreu desde quando pegou o suposto passageiro, na Casa de Saúde, no Bairro Itararé, até próximo a Ulbra, no Distrito de Boca do Monte, distante cerca de 10km. Mas foi no meio da viagem que começou o pesadelo. 

- Em frente a fábrica da Coca-Cola, ele anunciou o assalto. Encostou a arma na minha barriga e disse para eu seguir. Eu não tinha desconfiado de nada, ele parecia ser uma pessoa normal. Até me pagou os R$ 25 da corrida antes de entrar no carro - conta.

Quando chegaram próximo ao destino que o criminoso havia solicitado, o assaltante disse qual era a sua intenção. Foi o momento de maior tensão nos cerca de 30 minutos em que o motorista esteve com o suspeito.

- Ele disse que só queria o carro e o meu celular. Aí, ele mandou eu descer e disse que ia me amarrar para me deixar ali. Aí, eu disse: "tu já está com o carro e o celular, por que me amarrar?". Aí, ele respondeu: "tu prefere que eu te dê um tiro ou te amarre?" Então disse para ele me amarrar. Mas, a hora que ele mandou eu descer e ir para a frente do carro, achei que ele ia me matar - recorda.

Motorista de aplicativo há quatro anos e antes mototaxista, essa foi a primeira vez que o homem de 39 anos foi assaltado.

- Foi um pavor, tive medo do cara me matar. Pensava nos meus filhos, na minha mulher. É uma loucura, a tensão é grande ainda. Não consigo dormir. Não saio na rua tranquilo. Enquanto não pegarem esses caras, vai saber se vão vir atrás? - afirma.

INVESTIGAÇÃO 
Conforme a delegada Alessandra Padula, titular da Delegacia de Repressão as Ações Criminosas Organizadas (Draco), os investigadores já buscaram imagens de câmeras que agora são analisadas. As vítimas ainda estão sendo ouvidas, já que foram 17, contando o motorista do carro roubado. 

Segundo ela, pelo que já foi colhido, os quatro assaltantes, que estavam encapuzados, ficaram de 30 a 40 minutos no ônibus para roubar dinheiro e pertences das vítimas.

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